sábado, 22 de janeiro de 2011

Chuva = Enchente

Conversando com algumas pessoas da cidade (Criciúma – SC), descobri que grande parte delas entende que o problema das cheias nas ruas desta mesma cidade, não é somente uma questão ambiental, mas sim uma grande falta de planejamento urbano.

Acontece que, todo ano passamos por um período de chuvas mais intensas, e isso não é novidade para ninguém. Costumamos ouvir das pessoas frases completamente sem nexo, do tipo: “A natureza está se vingando”...”Deus está nos castigando”... Frases que tiram a responsabilidade das nossas costas e das costas do governo e as transferem para o caos climático.

Falta de planejamento urbano, é o real problema que enfrentamos. É por culpa desta falha HUMANA, que desastres como estes que estão ocorrendo em Criciúma, nas cidades vizinhas, em outros estados brasileiros e em outros países.

A água cai naturalmente e percorre o caminho mais fácil para ela. O problema é que este ciclo natural passa a ser uma grande catástrofe quando ocorrem de maneira mais intensa.

O problema se agrava ainda mais quando as áreas de infiltração diminuem a cada dia, pelo fato de impermeabilizarmos o solo com muitas construções, asfaltos e resíduos entupindo as bocas de lobo, com isso a água demora mais a escoar causando alagamentos.

Outra falha grave do sistema governamental é não proibir de maneira rígida construções em áreas de risco, pois como o próprio nome diz, apresentam risco à vida.

É desta forma que um ciclo natural da natureza, passa a ser considerada uma catástrofe ambiental.

A solução para problemas de enchentes, deslizamentos e desmoronamentos seria pró-ativa com relação à prevenção de acidentes e ativa com relação as leis ambientais em vigor.

Fiscalização e gestão real e objetiva de áreas que apresentam risco. Evitando que pessoas se instalem em locais perigosos e proibidos, como, morros, encostas, beira de rios.

Condições de prever estes grandes volumes de chuvas nós já temos, agora temos o dever de gerenciar tarefas já existentes e criar novas, para que estes eventos naturais não se tornem desastres SOCIOAMBIENTAIS.

Mapear as áreas de grande alagamento e riscos de deslizamentos, a fim de aplicar treinamentos ambientais e de segurança para as pessoas mais suscetíveis a estes desastres SOCIOAMBIENTAIS, de acordo com as regiões onde moram e o grau de intensidade com que estão expostas ao risco, proporcionando aos cidadãos conhecimentos sobre os possíveis acidentes e ações a se tomar imediatamente em caso de grande volume de chuvas e deslizamentos. Implementar um sistema de aviso para moradores de áreas de risco em caso de aproximação de chuvas forte e constantes.

Sempre lembrando que existem leis federais que impedem a construção e a ocupação de morros, encostas e margem de rios, pelo fato de serem consideradas Áreas de Preservação Permanente – APP.

Acredito que com essas práticas seria possível minimizar consideravelmente cenas como estas:

http://wwwdeolhonotempo.blogspot.com/2010/01/vendaval-e-chuva-causa-danos-em.html

http://wwwdeolhonotempo.blogspot.com/2010/01/vendaval-e-chuva-causa-danos-em.html

2 comentários:

  1. Excelente texto...parabéns!!! Que sirva de lição a todos nós! beijo

    ResponderExcluir
  2. Está em andamento o projeto de "Caracterização e definição de medidas mitigadoras para as áreas de riscos relacionadas a alagamentos e movimentos gravitacionais na área correspondente à Bacia Hidrográfica do rio Araranguá-SC” da SATC, aprovado pela FAPESC, onde um dos objetivos é o mapeamento de áreas suscetíveis a movimentos gravitacionais e áreas inundáveis de toda a porção correspondente à bacia hidrográfica do rio Araranguá, através de levantamentos de campo e processos de Sensoriamento Remoto e Sistemas de Informações Geográficas (SIG), para subsidiar os gestores municipais, estaduais e federais no adequado planejamento territorial da referida porção.

    Estamos trabalhando bastante para minimizar,
    quiçá equacionar este problema que há décadas tem afetado nossa região.

    ResponderExcluir